terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Guia Para Absolutos Iniciantes em Node.js

Fonte: https://github.com/ericdouglas/traduz-ai/blob/master/nodejs/001-guia-para-iniciantes-absolutos-em-nodejs.md

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Veja uma versão atualizada desse artigo aqui

Não existe uma escassez de tutoriais para Node.js, mas a maioria deles cobrem usos e casos específicos, ou tópicos que somente aplicáveis se você já tiver um conhecimento prático do Node. Eu vejo vários comentários que se parecem com coisas do tipo: "Eu fiz o download do node, agora o que fazer?" Este tutorial responde esta questão e explica como iniciar bem do princípio.

O que é Node.js?

Muitos iniciantes em Node tem a dúvida de o quê exatamente ele é, e a descrição em nodejs.org definitivamente não ajuda.

Uma coisa importante de se perceber é que o Node não é um servidor web. Por ele próprio, não se tem nada. Ele não funciona como o Apache. Não existe um arquivo de configuração onde você o aponta para seus arquivos html. Se você quer que o Node seja um servidor HTTP, você tem que escrever um servidor HTTP (com a ajuda das bibliotecas incluídas). O Node.js é somente outra forma de executar código em seu computador. Ele é simplesmente um JavaScript runtime (ambiente de execução de código JavaScript).

Instalando o Node.js

Node.js é muito simples de ser instalado. Se você estiver usando Windows ou Mac, os instaladores estão disponíveis na página de download.

Já tenho o Node instalado, e agora o que fazer?

Uma vez instalado, agora você tem acesso a um novo comando chamado node. Você pode usar o comando node de duas formas diferentes. A primeira é sem argumentos. Isto irá abrir um shell interativo (REPL: read-eval-print-loop), onde você pode executar código JavaScript puro.

$ node

> console.log('Hello World');

Hello World

undefined

No exemplo acima eu digitei console.log('Hello World') dentro do shell e apertei enter. O Node vai então executar o código e nós podemos ver nossa mensagem registrada. Ele também imprimi undefined pelo fato de sempre mostrar o valor de retorno de cada comando, e console.log não retorna nada.

A outra forma de rodar o Node é fornecendo a ele um arquivo JavaScript para execução. Isto será na maioria das vezes a maneira como você irá utilizá-lo.

hello.js

console.log('Hello World');

$ node hello.js

Hello World

Neste exemplo, eu movi o comando console.log() para dentro de um arquivo e então passei este arquivo para o comando node como um argumento. O Node então roda o JavaScript contido neste arquivo e imprimi "Hello World".

Fazendo Algo Útil

Rodar código JavaScript é divertido e tal, mas não é muito útil. Ai é onde o Node.js também inclui um poderoso conjunto debibliotecas (módulos) para se fazer coisas reais. No primeiro exemplo eu vou abrir um arquivo de registros e analisá-lo.

example-log.txt

 

2013-08-09T13:50:33.166Z A 2

2013-08-09T13:51:33.166Z B 1

2013-08-09T13:52:33.166Z C 6

2013-08-09T13:53:33.166Z B 8

2013-08-09T13:54:33.166Z B 5

 

O que esses dados registrados significam não importa, mas basicamente cada mensagem contém uma data, uma letra e um valor. Eu quero somar os valores para cada letra.

A primeira coisa que nós precisamos fazer é ler o conteúdo do arquivo.

my-parser.js

// Carregando o módulo fs (filesystem)

var fs = require('fs');

 

// Leia o conteúdo do arquivo para a memória

fs.readFile('example-log.txt', function ( err, loData ) {

 

    // Se um erro ocorrer, será lançada uma

    // exceção, e a aplicação irá ser encerrada

    if ( err ) throw err;

 

    // logData é um Buffer, converta-o para string

    var text = loData.toString();

});

Felizmente o Node.js faz a entrada e saída (I/O) do arquivo facilmente com o módulo embutido filesystem (fs). O módulo fstem uma função chamada readFIle que pega o caminho de um arquivo e um callback. O callback vai ser invocado quando o arquivo for lido por completo. O dado do arquivo vem na forma de um Buffer, que é basicamente um array de bytes. Nós podemos convertê-lo para uma string usando a função toString().

Agora vamos adicionar o parsing (analisador).

my-parser.js

// Carregando o módulo fs (filesystem)

var fs = require('fs');

 

// Leia o conteúdo do arquivo para a memória

fs.readFile('example-log.txt', function ( err, logData ) {

 

    // Se um erro ocorrer, será lançada uma

    // exceção, e a aplicação irá ser encerrada

    if ( err ) throw err;

 

    // logData é um Buffer, converta para string

    var text = logData.toString();

 

    var results = {};

 

    // Quebrando o arquivo em linhas

    var lines = text.split( '\n' );

 

    lines.forEach(function ( line ) {

        var parts = line.split( ' ' );

        var letter = parts[ 1 ];

        var count = parseInt( parts[ 2 ] );

 

        if ( !results[ letter ] ) {

            results[ letter ] = 0;

        }

 

        results[ letter ] += parseInt( count );

    });

 

    console.log( results );

    // { A: 2, B: 14, C: 6 }

});

Agora vamos passar este arquivo como um argumento para o comando node e ele vai imprimir o resultado e sair.

$ node my-parser.js

{ A: 2, B: 14, C: 6 }

Eu uso muito o Node.js para scripts como este. É uma alternativa muito mais simples e poderosa que os scripts bash.

Callbacks Assíncronos

Como você viu no exemplo anterior, o padrão típico do Node.js é o uso de callbacks assíncronos. Basicamente você está dizendo a ele para fazer algo e quando isso estiver terminado ele irá chamar sua função (callback). Isto porque o Node é dethread única. Enquanto você está esperando pelo disparo do callback, o Node pode fazer outras coisas ao invés de bloquear até que a requisição esteja terminada.

Isso é especialmente importante para servidores web. Isto é muito comum em aplicações web modernas para acessar banco de dados. Enquanto você espera pelo retorno do banco de dados, o Node pode processar mais requisições. Isso permite que você manipule milhares de conexões conjuntas com pequenos acréscimos, comparado a criar uma thread separada para cada conexão.

Fazendo Algo Útil - Servidor HTTP

Como disse anteriormente, o Node não faz nada por si só. Um dos módulos embutidos tornam a criação de servidores HTTPsimples muito fácil, que é o exemplo na página inicial do Node.js.

my-web-server.js

var http = require('http');

 

http.createServer(function ( req, res ) { // req = requisição, res = resposta

 

    res.writeHead( 200, { 'Content-Type': 'text/plain' } );

    res.end( 'Hello World\n' );

}).listen( 8080 );

 

console.log( 'Servidor rodando na porta 8080' );

Quando eu digo básico, quero dizer básico mesmo. Este não é um servidor HTTP completo. Ele não pode servir qualquer arquivo HTML ou de imagem. De fato, não importa sua requisição, ela vai retornar 'Hello World'. No entanto, você pode rodar isto e verá em seu navegador no endereço http://localhost:8080 o texto "Hello World".

$ node my-web-server.js

Você pode ter percebido uma coisa diferente agora. Sua aplicação node.js não fechou. Isto acontece pois você criou um servidor e sua aplicação node vai continuar rodando e respondendo as requisições até que você mesmo mate o processo.

Se você quiser ter um servidor web completo, você terá que fazer este trabalho. Você deve checar o que foi requisitado, ler os arquivos apropriados e enviar o conteúdo de volta. Pessoas já fizeram estr trabalho duro para você.

Fazendo Algo Útil - Express

Express é um framework que torna a criação de sites normais muito simples. A primeira coisa que você tem que fazer é instalá-lo. Juntamente com o comando node, você também tem acesso a um comando chamado npm. Esta ferramenta permite que você acesse uma enorme coleção de módulos criados pela comunidade, e um deles é o Express.

$ cd /my/app/location

$ npm install express

Quando você instala um módulo, ele vai ser colado em uma pasta chamada node_modules dentro do diretório da sua aplicação. Você pode agora "require" (requisitar) este módulo como um módulo embutido. Vamos criar um arquivo estático básico usando o Express.

my-static-file-server.js

var express = require('express');

    app = express();

 

app.use(express.static(__dirname + '/public'));

 

app.listen(8080);

$ node my-static-file-server.js

Agora você tem um servidor de arquivos estáticos bastante eficiente. Tudo que você colocar dentro da pasta /public vai ser requisitado pode agora ser requisitado pelo seu navegador e será mostrado. HTML, imagens, enfim, tudo. Por exemplo, se você colocar uma imagem chamada my-image.png dentro da pasta public, você pode acessá-la usando seu navegador no endereço http://localhost:8080/my-image.png. Claro que o Express tem muito muito outros recursos, mas você pode olhá-los a medida que continua desenvolvendo.

NPM

Nós usamos um pouco o NPM nas seções anteriores, mas eu quero enfatizar o quão importante esta ferramenta se faz no desenvolvimento para Node.js. Existem milhares de módulos disponíveis que resolvem quase todos os problemas típicos que você encontra. Lembre-se de checar o NPM antes de re-inventar a roda. Não é inédito para uma aplicação Node ter dezenas de dependências.

No exemplo anterior nós instalamos o Express manualmente. Se você tiver muitas dependências, essa não será uma forma muito interessante de instalá-las. É por isso que o NPM faz uso do arquivo package.json.

package.json.

{

    "name" : "MyStaticServer",

    "version" : "0.0.1",

    "dependencies" : {

        "express" : "3.3.x"

    }

}

Um arquivo package.json contém um resumo da sua aplicação. Existem vários campos disponíveis, sendo este apenas o mínimo. A seção dependencies (dependências) descreve o nome e a versão dos módulos que você gostaria de instalar. Neste caso eu vou aceitar qualquer versão do Express 3.3. Você pode listar quantas dependências quiser nesta seção.

Agora, ao invés de instalar cada dependência em separado, nós podemos rodar um simples comando e instalar todas elas.

$ npm install

Quando você roda este comando, o npm vai verificar na pasta atual pelo arquivo package.json. Se ele encontrar um, então irá instalar cada dependência listada.

Organização do Código

Até agora só usamos um único arquivo, que não é muito sustentável. Na maioria das aplicações, seu código vai ser dividido em vários arquivos. Não nenhuma norma ou organização imposta dizendo para onde os arquivos vão. Isto não é Rails. Não há conceitos de views e controllers acontecendo aqui. Você pode fazer o que quiser.

Vamos refatorar o script de análise de registros (log parsing). Ele será muito mais testável e manutenível se nós separarmos a lógica de análise (parsing) dentro de um arquivo próprio.

parser.js

// Construtor Parser

var Parser = function () {

 

};

 

// Analisa o texto especificado

Parser.prototype.parse = function ( text ) {

 

    var results = {};

 

    // Quebra o arquivo em linhas

    var lines = text.split('\n');

 

    lines.forEach(function ( line ) {

        var parts = line.split( ' ' );

        var letter = parts[ 1 ];

        var count = parseInt( parts[2] );

 

        if ( !results[ letter ] ) {

            results[ letter ] = 0;

        }

 

        results[ letter ] += parseInt( count );

    });

 

    return results;

};

 

// Exportando o construtor Parser neste módulo

module.exports = Parser;

O que eu fiz foi criar um novo arquivo para conter a lógica da análise dos registros. Isto é apenas JavaScript puro e existe várias formas de se encapsular este código. Eu escolhi por definir um novo objeto JavaScript pois assim é mais fácil de se fazer testes unitários.

A parte importante para isso é a linha module.exports. Isso diz ao Node que você está exportando deste arquivo. Neste caso exportei um construtor, então os usuários podem criar instâncias do meu objeto Parser. Você pode exportar qualquer coisa que quiser.

Agora vamos olhar como é importante este arquivo e fazer uso do novo objeto Parser.

my-parser.js

// Requisitando o arquivo parser.js

var Parser = require('./parser');

 

// Carregandoo módulo fs (filesystem)

var fs = require('fs');

 

// Lendo o conteúdo do arquivo para a memória

fs.readFile('example-log.txt', function ( err, logData ) {

 

    // Se um erro ocorrer, irá ser lançada

    // a exceção e a app será encerrada

    if ( err ) throw err;

 

    // logData é um Buffer, converta-o para string

    var text = logData.toString();

 

    // Criando uma instância do objeto Parser

    var parser = new Parser();

 

    // Chame a função parse

    console.log( parser.parse( text ) );

    // { A: 2, B: 14, C: 6 }

});

Arquivos foram incluídos exatamente como módulos, exceto que você inclui um caminho ao invés de um nome. A extensão .jsé implícita, então você pode omití-la se quiser.

Tendo sido exportado um construtor, é isso que vai ser retornado da declaração require. Eu posso agora criar instâncias do meu objeto Parser e usá-las.

Resumo

Esperamos que este tutorial tenha feito a ponte entre a parte de fazer o download do Node.js e construir sua primeira ferramenta. O Node.js é uma tecnologia extremamenta poderosa e flexível que pode resolver uma vastidão de tipos de problemas.

Eu quero que cada um de vocês se lembre que o Node.js é somente limitado pela sua imaginação. As bibliotecas de seu núcleo foram cuidadosamente projetadas para fornecer as peças do quebra-cabeça necessárias para se construir qualquer fotografia. Combine-as com módulos disponíveis no NPM e será incrível o quão rápido você poderá começar a construir aplicações muito complexas e atraentes.

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