Fonte:http://elias.praciano.com/2014/02/o-comando-tar-em-9-exemplos/
O comando tar é uma ferramenta eficiente e que tem sido muito usada, por muito tempo para compactar arquivos, diretórios, discos inteiros etc. — muitas vezes com o objetivo de fazer volumosos backups. Sim. Ele aguenta trabalho pesado.
Neste post, vou mostrar, através de alguns exemplos, como realizar algumas operações com o comando tar.
E, quando falamos nele, nos referimos tanto a um formato de arquivo quanto a um programa — presente no UNIX desde seus primeiros dias e desenvolvido, inicialmente, para gravar dados em dispositivos sequencias (gravadores de fitas).
O mundo mudou, os dispositivos de gravação evoluíram e o tar continua sendo muito utilizado – predominantemente como meio de comprimir múltiplos arquivos.
1. Como criar um arquivo tar simples
Um arquivo tar é comumente chamado, em inglês, tarball (bola tar) e pode ser facilmente criada a partir de um diretório. No exemplo, abaixo, vou mostrar a criação de arquivos_temporarios.tar
, a partir do conteúdo do meu diretório temp/
:
As opções usadas na declaração tar -cvf
têm os seguintes efeitos:
- c – (create) cria uma novo arquivo .tar
- v – (verbose) torna a execução do comando mais “verbosa”, ou seja, ele vai “contando” o que está fazendo
- f – indica que o resultado será do tipo arquivo (file)
Você pode experimentar usar -vv
em substituição ao -v
para ver o comando ser executado com mais verbosidade.
2. Como criar um arquivo .tar.gz
Um arquivo .tar.gz nada mais é que um arquivo .tar comprimido através do gzip – é por isto que ele tem o .gz na sua extensão. Para atingir este objetivo, use a opção -z
, em conjunto com as anteriores. Veja:
Note que acrescentei o z
e alterei o nome do arquivo de saída para temporarios.tar.gz
3. Como criar um arquivo bz2
Arquivos bz2, são arquivos bzip2 – um compressor de dados que usa o algoritmo Burrows-Wheeler e pode reduzir o espaço ocupado por um arquivo em até 10% do seu volume original.
Em função da maior capacidade de compressão, eu recomendo usar sempre o bzip. A desvantagem do seu uso está na maior demora para comprimir ou descomprimir arquivos.
Veja como usar o bzip, no lugar do gzip, na compressão de arquivos tar:
Note que substituí a opção z
por j
, no exemplo acima. A extensão também foi alterada para bz2
A extensão dos arquivos
Antes de seguir, gostaria de falar rapidamente sobre as extensões dos arquivos.
Você é livre para escolher a extensão que quiser. O arquivo de saída, do exemplo anterior, poderia se chamar temporarios.fofinhos
– o conteúdo continuaria sendo exatamente o mesmo.
Mas o objetivo da extensão de um arquivo não é “ser fofa” ou bonita. Antes, ela deve ser informativa e ajudar os usuários a entender de que tipo se trata aquele arquivo, de forma que se possa usar o comando certo em relação a ele. Mais a frente, vamos ver que os comandos para descompressão dos arquivos variam em função de ter sido usado bzip ou gzip na sua compressão.
Extensões comuns ao usar o tar
Já que estamos falando no assunto, há alguns padrões bastante difundidos:
- arquivos tar, comprimidos com gzip, usam extensões
.tar.gz
ou.tgz
- arquivos tar, comprimidos com bzip, usam predominantemente extensões
.tar.bz
ou.tbz
4. Como extrair arquivos tar
Para extrair o conteúdo de um arquivo tar, usamos a opção -x
. Veja como funciona:
Se o arquivo estiver comprimido com o gzip:
Se estiver comprimido com bzip2:
Nota: O arquivo será sempre descomprimido no diretório atual. Use o comando pwd
, caso não saiba em que diretório você se encontra.
Se quiser indicar outro diretório para descompactar o arquivo, use a opção -C
acompanhada do diretório de destino. No exemplo abaixo, vou direcionar a extração do conteúdo do arquivoicones.tar.bz
pro diretório ~/meus_icones/
:
Notou que usei a opção -C
antes do diretório destino?
5. Como listar o conteúdo de um arquivo tar
A opção -t
é a que permite listar o conteúdo de arquivos tar. Veja como funciona:
Como listar o conteúdo de arquivos tar.gz ou tar.bz
Nestes casos o comando permanece o mesmo. Tome apenas o cuidado de indicar corretamente os nomes dos arquivos cujo conteúdo você deseja listar.
Para listar um arquivo .tar.gz:
Para listar um arquivo .tar.bz:
6. Como extrair apenas um arquivo de dentro do arquivo tar
Neste exemplo, vou extrair o arquivo komodo128.png
de dentro do arquivo icones.tar
:
Para remover um arquivo com o mesmo nome de dentro de um arquivo tar.gz, acrescente a opção-z
:
Se o arquivo comprimido for um tar.bz, use a opção -j
:
Como extrair vários arquivos de um arquivo tar, tar.gz ou tar.bz
Neste caso, listamos os diversos arquivos, usando aspas. Observe os exemplos:
7. Como extrair vários arquivos de um arquivo .tar, .tar.gz ou .tar.bz usando coringas
Através de coringas, podemos indicar um grupo de arquivos sobre o qual desejamos efetuar uma ação. Vou mostrar como extrair um grupo separado de arquivos de dentro de arquivo tar, tar.gz e tar.bz com o uso de coringas, ainda usando o exemplo do tópico anterior:
8. Como adicionar arquivos ou diretórios a arquivos tar já existentes
Esta possibilidade é especialmente útil para quem deseja acrescentar mais arquivos ou diretórios a um arquivo tar de backup preexistente.
No exemplo que segue, vou acrescentar o arquivo komodo32b.png
ao arquivo tareado icones.tar
. Para isto, vou usar a opção -r
(append):
Ou um diretório inteiro:
Como adicionar arquivos ou diretórios a arquivos tar.gz ou tar.bz
Neste caso, a solução é recriar o arquivo, já incluindo estes novos na sua nova bola tar – o tar não tem como acrescentar arquivos a arquivos tar compactados com bzip ou gzip.
9. Como verificar arquivos tar
Arquivos de backup precisam ser checados sempre. Seria desolador, após um desastre (toc, toc, toc), descobrir que os backups não funcionam. Evite isto: verifique sempre os seus backups.
Novamente, não é possível aplicar a solução a arquivos tar.gz e tar.bz – qualquer que seja a extensão, arquivos compactados, seja com bzip ou gzip.
Por isto, os scripts de backup, costumam tarear primeiro os arquivos, verificá-los e, se tudo estiver certo, compactá-los.
Veja um exemplo de verificação, com o seu resultado:
Conclusão
Para concluir, segue uma pequena tabela com as opções abordadas neste texto, para ajudar a lembrar;
- c — para criar um arquivo do tipo arquivo;
- x — para extrair arquivos de dentro do arquivo tar
- v — mostra o processo na tela. A opção
-vv
exibe mais detalhes ainda; - f — determina o nome do arquivo tar;
- t — exibe o conteúdo;
- j — compacta ou descompacta os arquivos via bzip2
- z — compacta ou descompacta os arquivos via gzip;
- r — adiciona arquivos ao tar;
- W — verifica a integridade do arquivo tar;
- wildcards — permite trabalhar com coringas.
Por enquanto, é só! Espero que este breve tutorial tenha sido suficiente para sanar suas dúvidas. Use o man tar
no terminal para ver outras opções de uso do comando tar
e, caso eu tenha esquecido alguma coisa, no texto, por favor comente ali embaixo. E não esqueça de compartilhar com os amigos – esta é a melhor forma de agradecer.
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